quinta-feira, 2 de julho de 2009

Brasil fica na 42ª posição em ranking mundial de 'conectividade'

País fica na frente de todos os demais do Bric, mas perde para o Chile (30°) e o México (40°)

Conectado ao mundo virtual, o Brasil ficou no 42° lugar em ranking mundial com 70 países que avalia os negócios e o uso de serviços online. O estudo, conduzido pela divisão de consultoria da IBM e a unidade de inteligência da The Economist, descreve o Brasil como um dos países com melhor cenário macroeconômico e oportunidades de negócios do mundo, já que foi pouco alterado diante da crise mundial.

A pesquisa afirma que o Brasil é um dos países com maior índice de empreendedorismo entre os pesquisados, mesmo sofrendo com problemas relacionados a deficiências na infraestrutura e baixa adoção do comércio eletrônico pelos consumidores e empresa de modo geral.

“Apesar de o Brasil vir crescendo consistentemente nesse ranking desde 2005, a conectividade e a infraestrutura de TI ainda são um desafio no país. A baixa adesão à internet banda larga – devido especialmente a sua pouca disponibilidade e alto custo – é um obstáculo considerável ao crescimento do comércio eletrônico brasileiro”, explica Ricardo Gomez, diretor de consultoria da IBM Brasil.

Na comparação com outros países latino-americanos, o Brasil aparece abaixo do Chile (30°) e do México (40°). Entre os Brics, o país está na liderança, apresentando o melhor ambiente para o crescimento do e-commerce.

A Dinamarca é a líder global com maior presença na economia online e o uso de serviços públicos via internet. Os Estados Unidos, que em 2008 estavam em primeiro lugar, passaram para a quinta colocação.

O estudo
O ranking, chamado de E-readiness, é uma medida de quão amigável é o mercado local às oportunidades baseadas na internet. Os fatores que influenciam na análise são: educação, experiência online, política governamental, empreendedorismo, inovação, além de consumo de mercadorias e serviços digitais.

Acadêmica: Franciele Sachet
Fonte: Revista Época - 02/07

Petrobras vende US$ 1,25 bilhão em bônus de 10 anos

Como os papéis saíram a um preço correspondente a 106,962% do valor de face, o retorno final ao investidor (yield) será um pouco menor, de 6,875%




SÃO PAULO - A Petrobras conseguiu captar US$ 1,25 bilhão com a reabertura do bônus com vencimento em dez anos, mesmo papel que havia sido colocado em fevereiro.

Os títulos têm juro nominal (cupom) de 7,875% anuais. Como os papéis saíram a um preço correspondente a 106,962% do valor de face, o retorno final ao investidor (yield) será um pouco menor, de 6,875%.

Os bancos coordenadores da operação foram JP Morgan, HSBC, Citi e Santander. A agência de classificação de risco Standard & Poor ? s atribuiu nota "BBB-" aos papéis, enquanto a Moody's concedeu "Baa1".

Desta vez, a Petrobras conseguiu melhores condições do que na primeira emissão do mesmo título, realizada em 4 de fevereiro deste ano. Na ocasião, a empresa captou US$ 1,5 bilhão com os papéis, que saíram por menos de 100% do valor de face. Com isso, o retorno final ficou em 8,125% ao ano.

Segundo a estatal brasileira, a captação de US$ 2,75 bilhões este ano no mercado internacional de capitais faz parte da estratégia de rolar empréstimos-pontes captados no início do ano.

Acadêmico: Flaviano Perin

Produção industrial sobe pelo quinto mês consecutivo, mostra IBGE

Indústria teve expansão de 1,3% em maio na comparação com abril.
Em 12 meses, no entanto, resultado acumulado é o pior desde 1991.

A indústria brasileira voltou a dar sinais de recuperação em maio. A produção do setor cresceu 1,3% no mês na comparação com abril segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a quinta alta mensal consecutiva do indicador, que acumula expansão de 7,8% no período. Em relação a maio de 2008, houve recuo de 11,3%, mantendo uma seqüencia de sete meses de taxas negativas nesse confronto. Em 12 meses a taxa acumulada está negativa em 5,1%, abaixo do resultado de abril (-3,9%). A marca é a mais baixa desde o início da série histórica do IBGE, em 1991. De janeiro a junho, a queda acumulada é de 13,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Medicamentos e veículos

Na comparação entre os meses de abril e maio, os destaques de alta vieram da indústria farmacêutica, que registrou expansão de 9,7%, veículos automotores (2,0%) e metalurgia básica (3,1%). Já as principais pressões negativas vieram de borracha e plástico (-2,7%), produtos de metal (-3,0%) e fumo (-8,4%). “Em síntese, os resultados da produção industrial de maio reforçam os sinais de recuperação no ritmo da atividade fabril. (...) Esse perfil de desempenho sugere que o fator de peso na recuperação de 2009 está associado a setores relacionados à demanda interna, enquanto os segmentos produtores de bens de capital e para exportação continuam pressionando negativamente”, diz o IBGE em nota.

Maio X maio

Na comparação o mês de maio de 2008, a maioria das atividades pesquisadas pelo IBGE apresentou resultado negativo. O setor de máquinas e equipamentos liderou as perdas, com recuo de 28% nessa comparação, seguido por veículos automotores (-17,6%) e metalurgia básica (-24,5%). Na ponta contrária, as maiores influências de alta vieram de indústria farmacêutica (15,7%) e bebidas (6,2%).

Acadêmico: Vinícius Matiello

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Balança tem superávit de US$ 4,6 bilhões em junho, o maior desde 2006

O superávit da balança comercial brasileira (exportações menos importações) somou US$ 4,62 bilhões no mês de junho, o maior resultado positivo mensal desde dezembro de 2006 (+US$ 5,05 bilhões), informou nesta quarta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Na comparação com junho de 2008, quando o saldo foi de US$ 2,72 bilhões, houve um crescimento de 69,5% pela média diária, informou o MDIC. Nesta comparação, as exportações, que somaram US$ 14,46 bilhões no último mês, registraram queda de 22,2%, enquanto as compras do exterior, que totalizaram US$ 9,84 bilhões no mês passado, recuaram bem mais: 38%.

Acumulado do ano

No primeiro semestre deste ano, o superávit da balança somou US$ 13,98 bilhões, contra US$ 11,3 bilhões de resultado positivo em igual período de 2008. Deste modo, houve um aumento de 23,7% no saldo positivo. A explicação para o crescimento do superávit da balança neste ano é a queda maior das importações - que é fruto da crise financeira internacional.

De janeiro a junho deste ano, as exportações somaram US$ 69,95 bilhões, com média diária de US$ 573,4 milhões. Isso representa uma queda de 22,1%, pela média diária, em relação ao valor exportado no primeiro semestre de 2008 (US$ 90,64 bilhões, ou US$ 737 milhões por dia útil).

Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 55,96 bilhões, média diária de US$ 458,7 milhões, nos seis primeiros meses de 2009. Deste modo, registraram queda de 28,8% contra o mesmo período do ano passado, quando somaram US$ 79,29 bilhões, ou US$ 644 milhões de média diária.

Projeção do mercado

O Banco Central informou nesta segunda-feira (29) que a projeção do mercado financeiro para o saldo positivo da balança comercial em 2009 subiu para US$ 21,5 bilhões. Há alguns meses atrás, a expectativa de saldo positivo estava em US$ 16 bilhões. Em 2008, a balança comercial teve superávit de US$ 24,7 bilhões, com forte queda de 38,2% frente ao ano de 2007, quando o resultado positivo somou US$ 40 bilhões.

Acadêmico: Gregory P. de Oliveira
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1214535-9356,00-BALANCA+TEM+SUPERAVIT+DE+US+BILHOES+EM+JUNHO+O+MAIOR+DESDE.html

Aos 15 anos, bases do real servem de alicerce contra crise

Depois de controlar a inflação que atingiu 2.477% em 1993, o Plano Real enfrentou sua primeira crise internacional logo no ano seguinte ao lançamento da moeda, que completa 15 anos nesta quarta-feira - a do México. Contudo, nenhuma durante estes anos foi tão grave quanto à atual, do subprime. Embora o programa tenha gerado alguns efeitos colaterais, economistas concordam que ele inaugurou uma agenda de responsabilidade fiscal e de metas que possibilitaram melhores condições para amenizar os impactos das turbulências internacionais.

"Demos dois passos em um só: derrotamos a inflação e mostramos que o Brasil estava maduro para um novo modo de relação entre o governo e a sociedade, entre o estado e o mercado, mais democrático. Esses dois passos abriram o caminho para uma ampla agenda de reorganização do estado e da economia, cujos frutos a sociedade brasileira vem colhendo desde então", afirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que participou da elaboração do programa, quando foi ministro da Fazenda de Itamar Franco.

Segundo o ministro que sucedeu FHC na Fazenda, Rubens Ricupero, o Brasil já tinha feito seu "teste de estresse" durante os primeiros anos do Plano Real. "Uma parte do programa foi preparar os bancos para o novo tipo de ambiente sem inflação crônica acelerada. Naquele período (até 1997/1998), cerca de 400 instituições financeiras e bancárias quebraram. Isso tudo era esperado. Tudo isso que os americanos estão fazendo agora, estes testes de estresse, não chegamos a fazer igual, mas examinamos caso a caso e sabíamos quais bancos não iam resistir. Temos um sistema bancário intacto porque já tivemos a nossa crise", explica.

Outro episódio que fortaleceu a economia do País durante o real, em especial contra um colapso do sistema financeiro, foi a criação do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), em 1995. Em síntese, o plano dá poderes ao Banco Central de intervir em instituições particulares que estejam à beira da falência e representem um risco ao sistema - em moldes como ocorreram as intervenções do governo americano na AIG e Citigroup durante a atual crise.

Ainda em 1995, a crise do México mostrou que a situação brasileira era sensível. Os mercados emergentes eram vistos com desconfiança pelos investidores, que tiraram as aplicações feitas no País. O movimento de fuga levou o governo a adotar juros mais altos para tentar manter o capital. Em seguida vieram as crises da Ásia (1998) e da Rússia (1999), e com isso a taxa básica de juros alcançou 45% ao ano em março de 1999, enquanto o dólar se mantinha abaixo dos R$ 2, mesmo com a liberação total do câmbio.

"Uma das coisas que ajudaram o Brasil, além do setor bancário forte e regulado, foram as reservas internacionais, que só se tornaram possíveis porque no curso do período o Brasil abandonou o câmbio muito valorizado para acumular reserva", diz Ricupero em relação à decisão anunciada em 18 de janeiro de 1999, quando o governo instituiu o câmbio flutuante.

Embora admita os efeitos colaterais do real apreciado, Gustavo Franco, secretário adjunto de política econômica na época do lançamento do real e presidente do Banco Central entre 1997 e 1999, vê estabilidade como o maior legado do programa elaborado pela equipe econômica formada também por Persio Arida, André Lara Resende, Pedro Malan e Edmar Bacha, durante o governo de Itamar Franco.

"O Plano Real propriamente dito ficou para trás e deixou um legado duradouro de regras com relação à estabilidade. Isso se desdobrou em regras de conduta para o setor público e privado. Estes novos hábitos foram melhorando a saúde do organismo e ele foi ficando mais resistente a choques externos. Embora no começo as coisas tenham sido praticadas em uma octanagem diferente, era um momento de transição, de vencer a hiperinflação, na verdade é a mesma filosofia praticada até hoje. Isso é um dos aspectos mais interessante da vitalidade do plano", apontou.

Até mesmo quem vê pontos negativos no processo de implementação da nova moeda, concorda com o mérito do real de ter estabelecido bases para a atual economia brasileira. "Há uma ruptura na trajetória da participação do Brasil no comércio do mundo com o real (pela valorização da moeda nacional). Já no final de 1995 teve a crise mexicana, e passamos por uma fase de administração de crises internacionais que não tinham a ver com o Brasil. O mérito do plano foi ter conseguido alcançar a estabilidade", diz o assessor do ministro do Trabalho em 1994 e atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann.

Segundo Ricupero, a superação do risco de hiperinflação marcou uma inflexão no gráfico do desenvolvimento econômico do País, de uma curva descendente - em que o dia de amanhã era sempre pior que hoje e pior que ontem - para uma curva que começa a subir, mas ainda com muita coisa a fazer.

"A estabilização te dá base para poder ter um projeto nacional. Deste ponto de vista, o real desempenhou a função plenamente. Não é mais patrimônio do presidente Itamar Franco, nem do FHC, porque o fato de ter se mantido a diretriz básica da economia no governo Lula tornou o real e a estabilização um patrimônio coletivo. O real é um pedestal. Para construir o monumento precisamos resolver outras questões, como a má qualidade das instituições públicas e da educação", comenta.

Exatos 15 anos após o lançamento de um dos planos econômicos mais bem sucedidos da economia do País, documentos das raízes do real mostram os desafios que permanecem. "O Brasil só consolidará sua democracia e reafirmará sua unidade como nação soberana se superar as carências agudas e os desequilíbrios sociais que infernizam o dia-a-dia da população" e "as contas públicas só serão acertadas se as forças políticas decidirem caminhar com firmeza nessa direção, deixando de lado interesses menores. (...) É isto que a sociedade brasileira espera de suas autoridades", afirma o Programa de Ação Imediata, que começou a preparar o terreno para o Plano Real em 1993.



Fonte: http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200907011100_RED_78192225
Acadêmica: Fabiane Giaretton

Pobre reserva 32% da renda para impostos enquanto rico gasta 22%, aponta Ipea

O valor total dos impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros aumentou no ano passado e o maior peso continua sobre a parcela mais pobre da população, aponta estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta terça-feira.

Os 10% mais pobres da população brasileira destinam 32,8% da renda para pagar tributos. Já os 10% mais ricos destinam 22,7% dela, revelam os dados. O levantamento observa ainda que as famílias com renda de até dois salários-mínimos pagam 48,8% da renda em tributos; aquelas com renda acima de 30, empenham cerca de 26,3% da renda. Dividida ao longo do ano, o peso dos impostos equivale a, em média, a 132 dias trabalhados no ano passado.

Traduzindo as porcentagens em dias de trabalho, pode-se concluir que, dos cidadãos mais pobres, foram exigidos 197 dias para arcar com os tributos. Dos mais ricos, 106 dias, três meses a menos. O Ipea condena essa regressividade. "O sistema tributário deve buscar a progressividade - tributar mais os ricos do que os pobres", afirma a equipe de analistas.

Carga tributária mais pesada

Usando como base dados do IBGE e da Secretaria do Tesouro Nacional, a estimativa do Ipea para a carga tributária em 2008 é de 36,2% do PIB (produto interno bruto, soma de todas as riquezas produzidas pelo país). Cinco anos antes, em 2004, a parcela era de 32,8%, um aumento de 3,4 pontos percentuais, ou cerca de 10% no período.


Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u588559.shtml
Acadêmica: Fabiane Giaretton