terça-feira, 23 de junho de 2009

Lula diz que empresários não repassam redução de impostos para preços e defende dar o dinheiro para pobres

RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira no Rio que os empresários não estão repassando a desoneração dos impostos para o preço dos produtos. Ele defendeu o repasse direto de recursos à população como a melhor forma de ativar a economia.
Segundo ele, seu governo já desonerou o equivalente a R$ 100 bilhões e defendeu o repasse de recursos diretamente à população mais pobre, que usa o dinheiro para consumir.
- Tenho tido reuniões no Ministério da Fazenda e dito que, ao invés de ficar desonerando o tanto que está desonerando, é melhor pegar esse dinheiro e dar para o pobre. Se os pobres tiverem dinheiro e forem comprar, vocês vão ter que produzir. A gente desonera e vocês não repassam para o custo dos produtos - disse Lula, ao participar do lançamento do projeto de revitalização do Porto do Rio.
- Nós já desoneramos neste meu mandato R$ 100 bilhões , imagine R$ 100 bilhões na mão de um pobre brasileiro. Cada R$ 1 que der na mão de uma pessoa pobre, ele volta automaticamente para o comércio, ele volta para o consumo. Voltando para o consumo, vai reativar a economia. Muitas vezes, você dá R$ 1 milhão para uma pessoa, ela vai botar no banco, que não faz nada e só ele vai ganhar dinheiro.
O presidente criticou o fato de que a extinção da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que fez a União perder R$ 40 bilhões, não se refletiu no repasse da queda do preço para a produção.
- Tem países na América Central onde a carga tributária é de 9 a 11%. Um país que tem essa carga tributária não existe. Não pode cuidar de nada. Cortaram R$ 40 bilhões da CPMF e acharam que eu não ia ganhar as eleições. Eu ganhei e vou ganhar outra vez.
No Brasil, a carga é de 38,45% do Produto Interno Bruto (PIB).
No discurso, Lula defendeu ainda o atual nível da carga tributária brasileira. Segundo ele, percentuais mais baixos não dão condições de governabilidade nem permitem a implantação de políticas públicas.
Lula admitiu, no entanto, que as reduções de impostos promovidas para enfrentar a crise têm estimulado o consumo de veículos e eletrodomésticos.
- São coisas que fazem as pessoas ter dinheiro para comprar. Dê um centavo na mão do pobre que ele vai usar. Quem tem apartamento ou geladeira não vai comprar.

Academico: Flaviano Perin
Fonte: globo.com

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