sexta-feira, 15 de maio de 2009

Brasileiro compra mais genérico, mas não encontra fracionado

Uma medida poderia ajudar o brasileiro a poupar na hora da compra - a exemplo do que já acontece com o genérico. Mas, a venda do medicamento fracionado não pegou.

É tão difícil encontrar remédio fracionado porque ainda não é lei. As farmácias podem, mas não são obrigadas a vender o medicamento fracionado. A maioria delas simplesmente não oferece essa possibilidade aos consumidores. Os fracionados, segundo o governo, são tão seguros quanto os embalados em quantidades maiores.

É tanto remédio que a cestinha vai ficando pesada. “A gente vem comprar uma coisa e acaba comprando outras que estão faltando em casa”, comenta a funcionária pública Silvana Ribeiro. A conta então... “Fica imensa. Volta e meia a gente está na farmácia. Precisa, infelizmente”, diz a aposentada Mari Dala Costa.

Se o médico mandou, a despesa é inevitável. Mas a crise financeira mexeu com o hábito de consumidores e com o mercado de remédios. Só nos três primeiros meses desse ano, as vendas de genéricos, mais baratos, cresceram quase 20% em relação ao mesmo período do ano passado. “Faz diferença no final do mês. Quando a gente vai ver, economizou bem mais se optou pelo genérico”, calcula a promotora de vendas Gabriela Rodrigues.

De acordo com a Associação das Indústrias de Medicamentos Genéricos, o setor movimentou quase R$ 940 milhões de janeiro a março. “O medicamento genérico, autorizado, credenciado pelo governo é altamente confiável. Pode comprar sem susto, sem problema nenhum”, garante o clínico geral Acyr Magalhães.

O consumidor tem a opção de comprar mais barato, mas ainda é complicado fazer outra economia: evitar o desperdício. Levar para casa apenas a quantidade necessária de comprimidos, somente o que foi prescrito na receita médica.

Farmácias podem vender remédios fracionados se quiserem. Mas é difícil encontrar. A estudante Amanda Alves procurou e nada: “Nas farmácias não vende, só vende uma quantia estabelecida”.

No Congresso, existe um projeto de lei que obriga a venda fracionada. Mas quem disse que sai do papel? A proposta está há dois anos na lista de espera de votações.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), logo que o projeto virar lei, os comprimidos serão separados por unidade. Cada quadradinho deve ter uma identificação, um código de segurança para facilitar o rastreamento do remédio. “A apresentação do fracionado é um benefício para promoção do uso racional, e mais, para evitar sobras de medicamentos na casa do paciente e eventualmente a automedicação dele ou das pessoas que são do seu convívio”, diz o diretor-presidente da Anvisa Dirceu Raposo. Pode evitar ainda a intoxicação por medicamentos.

Acadêmica: Fabiane Giaretton

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