terça-feira, 26 de maio de 2009

Contas externas têm superávit em abril, o primeiro em 18 meses

No mês passado, conta corrente teve superávit de US$146 mi, diz BC.
Investimentos diretos sobem em abril, mas caem de 30% no quadrimestre.


A conta de transações correntes, um dos principais indicadores das contas externas brasileiras, se recuperou em abril deste ano ao registrar um superávit de US$ 146 milhões, segundo números divulgados nesta terça-feira (26) pelo Banco Central.

Esse é o primeiro resultado positivo da conta de transações correntes, que engloba a balança comercial, os serviços e as rendas, em 18 meses, de acordo com a autoridade monetária. Em março deste ano, o déficit somou US$ 1,64 bilhão.

Razão do superávit

Dados do BC mostram que a recuperação da balança comercial brasileira foi um dos principais motivos para o saldo positivo registrado em abril. No mês passado, a balança teve um superávit de US$ 3,71 bilhões, contra um saldo positivo de US$ 1,77 bilhão março. Além disso, a queda no volume de remessas de lucros e dividendos também contribuiu para esse resultado.



"O superávit [de abril] não surpreendeu. Ficou positivo depois de um longo tempo de déficit. Desde setembro de 2007. Tem duas fontes básicas: a primeira é o ajuste que se vem observando em remessas de lucros e dividendos. Em abril, foram a metade de abril de 2008. Mas o saldo comercial foi muito positivo. Extrapola a sequência de resultados de um bilhão, um bilhão e pouco dos primeiros meses do ano. É um resultado bom, mas não representa mudança de tendência. Em maio, deveremos ter um déficit de US$ 2,3 bilhões. Mas o quadro geral é positivo", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Primeiro quadrimestre

Nos quatro primeiros meses deste ano, segundo o BC, o déficit na conta de transações correntes caiu para menos da metade ao somar US$ 4,87 bilhões, contra US$ 12,67 bilhões em igual período do ano passado.



Além da recuperação da balança comercial, outro fator que contribuiu para a redução do déficit em conta corrente neste ano foi o menor volume de remessas de lucros e dividendos ao exterior. Nos quatro primeiros meses de 2008, foram remetidos US$ 12,35 bilhões em lucros e dividendos para fora do país, valor que recuou para US$ 5,27 bilhões em igual período deste ano.

Investimentos diretos

Já os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 3,40 bilhões em abril deste ano, os maiores desde dezembro de 2008, quando totalizara US$ 8,11 bilhões. Para maio, a expectativa do BC é de um ingresso de US$ 2,6 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.



Nos quatro primeiros meses de 2009, porém, os investimentos estrangeiros somaram US$ 8,75 bilhões, os mais baixos para este período desde 2006 (+US$ 4,77 bilhões). Contra o primeiro quadrimestre de 2008 (US$ 12,67 bilhões), a queda foi de 30,9% no ingresso.

Crise financeira

O recuo nos investimentos estrangeiros neste ano diretos acontece em meio à crise financeira internacional, que tem gerado menos disponibilidade de recursos para os investidores, assim como uma expectativa de crescimento menor na economia mundial e, consequentemente, também uma demanda mais reduzida por produtos e serviços.

Para todo este ano, a expectativa do Banco Central é de que os investimentos estrangeiros diretos somem US$ 25 bilhões, com forte queda de 44% frente ao ingresso recorde de US$ 45 bilhões registrado em todo ano de 2008.

Conta de capital e balanço de pagamentos

No caso da conta de capital e financeira, pela qual transitam os investimentos estrangeiros diretos e os investimentos em carteira de estrangeiros (ações e renda fixa, entre outros), o BC informou que foi registrado um superávit de US$ 1,99 bilhão em abril e de US$ 5,56 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano. Isso representa queda de 81,8% frente ao superávit de igual período de 2008 (+US$ 30,64 bilhões).

Com isso, o balanço de pagamentos brasileiro, que engloba todas as transações do Brasil com o exterior, teve superávit de US$ 1,8 bilhão em abril e de US$ 624 milhões no primeiro quadrimestre deste ano, ou 1,44% do PIB, contra um resultado positivo de US$ 12,59 bilhões em igual período de 2008, equivalente a 2,62% do PIB

Fonte: www.globo.com

Acadêmico: Tiago Fazolo

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