terça-feira, 21 de abril de 2009

FMI estima que perdas entre emergentes possam atingir US$ 800 bilhões

Baixas no sistema bancário podem chegar a 7% dos ativos.
Instituição alerta para saída de capital em mercados emergentes.

As estimativas de baixas contábeis relacionadas a financiamentos e títulos (securities) no sistema bancário nos mercados emergentes, incluindo subsidiárias de bancos estrangeiros, poderiam alcançar US$ 800 bilhões ou cerca de 7% dos ativos, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI). Alguns países possuem formas de absorver baixas contábeis nessa escala, mas diversos bancos nos mercados emergentes, principalmente na Europa, vão precisar levantar capital novo totalizando, possivelmente, US$ 300 bilhões, diz o FMI, esclarecendo que esse número exclui a China.

Saída de capital

No Relatório de Estabilidade Financeira Global (GFSR, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (21), entre as projeções citadas está a estimativa de que a necessidade de refinanciamento e amortização pelos mercados emergentes ficará em US$ 1,8 trilhão em 2009 e subirá para US$ 2 trilhões até 2012, sendo que a maior parte dos montantes é relativo ao setor corporativo. Outro alerta feito pelo fundo está ligado à previsão de saída de fluxo de portfólio (cross-borders) em cerca de 1% do PIB dos mercados emergentes "ao longo dos próximos anos". De acordo com o documento, "o resgate (feito) pelos investidores estrangeiros, junto com o colapso nas exportações, cria pressões de financiamento nas economias emergentes que exige atenção urgente".

Perdas nos países desenvolvidos

No mesmo relatório, o FMI estimou que a crise provocará US$ 4,1 trilhões em perdas no setor financeiro dos Estados Unidos, Europa e Japão. A instituição
avaliou pela primeira vez as perdas potenciais das entidades financeiras entre 2007 e 2010 pela derrubada do valor dos ativos nos principais países desenvolvidos. Apesar de algumas melhoras nos mercados de crédito interbancário terem sido registradas, o sistema financeiro mundial continua sob "graves tensões", alertou o organismo. Para o FMI, já não se trata apenas dos problemas pelos ativos hipotecários americanos, lembrando que a recessão piorou as contas dos bancos "em meio a uma queda ininterrupta do valor dos ativos" e fazendo com que evitem conceder empréstimos.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios

Acadêmico: Vinícius Matiello

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