domingo, 12 de abril de 2009

os micos do BNDS

Economia

Os micos do BNDES
O banco se tornou sócio de empresas que hoje lutam para manter as operações

Hugo Cilo




No fim de março, a Indústria de Alimentos Nilza, produtora de leite, protocolou na 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP) um pedido de recuperação judicial para superar uma dívida de R$ 250 milhões. A notícia impactou diretamente o BNDES. O banco, capitaneado por Luciano Coutinho, tem 35% do capital da Nilza, por meio do BNDESPar. Outras empresas, como o curtume Braspelco, o Frigorífico Independência e o Laticínio Bom Gosto, também receberam aportes do BNDES antes da crise e hoje lutam para se manter em pé. O banco não comenta a política de participações, mas Coutinho reconheceu recentemente que o BNDESPar corre o risco de amargar perdas em algumas operações.


No entanto, como os critérios de escolha das empresas que se tornam sócias nem sempre são claros, o banco tem recebido críticas. E a crise acelerou as perdas. "O BNDES deve ter calculado os riscos num cenário anterior à crise. Tudo mudou", afirmou o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC. Em alguns casos, como o do Frigorífico Independência, o banco injetou dinheiro às vésperas do pedido de recuperação. Em novembro, o aporte havia sido de R$ 250 milhões. Um outro, de R$ 200 milhões, estava previsto e daria ao banco um terço do frigorífico. Hoje, a empresa tem várias fábricas fechadas e carrega uma dívida de R$ 1,2 bilhão. Este, entre outros casos, sinalizam que o controle de risco no BNDES tem que melhorar.
(istoé dinheiro)
academico:AGUINALDO BRANDIELLI

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