quarta-feira, 22 de abril de 2009

MEIRELLES DIZ QUE PODE ADOTAR NOVA MEDIDA CONTRA SPREADS

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, admitiu a possibilidade de adotar novas medidas para enfrentar o problema dos elevados spreads bancários (diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos) no Brasil. Segundo ele, já há um movimento gradual de queda no custo do dinheiro para o consumidor final. Meirelles lembrou que o governo já tomou medidas, como a criação de um limite maior de garantia oferecido pelo Fundo Garantidor de Crédito, que busca melhorar a oferta de crédito pelos bancos pequenos e médios, e os leilões de dólares sem direcionamento, que retira pressão das grandes empresas sobre o mercado interno de crédito. "Tomamos medidas, como o FGC e o leilão de dólares sem direcionamento, e estamos aguardando o efeito disso. Caso seja necessário, podemos tomar novas medidas", disse Meirelles. O presidente do BC engrossou o coro do governo de que o pequeno poupador será protegido, dentro do processo de mudança na remuneração da caderneta de poupança. "A ideia é manter a poupança como grande canal de investimento e de preservação do patrimônio da população brasileira e principalmente dos pequenos investidores", afirmou Meirelles. "Estamos visando o interesse não só da economia brasileira, mas também o interesse dos poupadores, especialmente os pequenos", disse o presidente do BC, que recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Brasília, na festa de comemoração do aniversário da capital federal.A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, que participou do mesmo evento foi na mesma direção: "Qualquer decisão que o governo for tomar em relação à poupança será uma decisão prudente, resguardando o pequeno investidor. A poupança é um patrimônio do Brasil, dos brasileiros, nós detemos cerca de 35% desse mercado. Então, o cidadão sabe que toda decisão que for tomada será de muita prudência, discussão, debate e conversa". Segundo ela, não há nenhuma movimentação atípica na captação de poupança na Caixa.Segundo Henrique Meirelles, o governo continua estudando as alternativas para mexer na rentabilidade da poupança e negou que esteja descartada a possibilidade de atrelar a rentabilidade da caderneta à taxa Selic. "Não há decisão", afirmou. A discussão sobre mudanças na poupança se deve ao fato de os juros estarem caindo e aproximando a rentabilidade da poupança, que é garantida por lei, das demais aplicações. Isto pode gerar uma fuga dos fundos de investimentos e afetar o processo de rolagem da dívida pública. Ao ser questionado se sua declaração ao jornal "Folha de S. Paulo" de que é prematuro dizer se o Brasil pode conviver com a Selic em um dígito tinha implicações para a política monetária no curto prazo, Meirelles respondeu: "Não".
Acadêmico: Leonardo Marcelo de Cesaro

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